No varejo atual, estamos vivendo uma mudança de paradigma. A forma como o consumidor descobre produtos, interage com marcas e decide suas compras já não segue mais o mesmo ritmo de cinco anos atrás.
E um dos motores dessa transformação é a inteligência artificial (IA). Neste artigo, vamos explorar como a IA está moldando o comportamento de compra — e o que varejistas precisam fazer para acompanhar essa revolução.
1. O consumidor mudou — e a IA acelerou essa mudança
Segundo o relatório “State of the Consumer 2025” da McKinsey & Company, hábitos digitais que surgiram durante a pandemia se tornaram permanentes: os consumidores gastam mais tempo online, valorizam conveniência e personalização — e esperam isso das marcas.
Paralelamente, dados da Deloitte mostram que mais da metade dos consumidores (53 %) já estão regularmente usando IA — ou experimentando — e a expectativa é que isso continue crescendo.
Isso significa que, para o varejo, a geração de conteúdo, a comunicação com o cliente e a jornada de compra não podem mais depender apenas de processos tradicionais.
A IA entra como catalisadora: reduz atrito, acelera decisões e permite personalização em escala.
2. IA no varejo: o que o consumidor exige agora
Alguns padrões claros emergem da análise das tendências:
- Descoberta inteligente: de acordo com a Salesforce, cerca de 39 % dos consumidores — e mais da metade da Geração Z — já usam IA para descobrir produtos.
- Decisão acelerada: na pesquisa da Bloomreach, quase 60 % dos consumidores afirmam ter usado IA para auxiliar uma compra — e muitos confiam mais na IA do que em um amigo para decidir o que comprar.
- Conveniência+personalização exigidas: como destaca a McKinsey, os consumidores mudaram de “experiência boa” para “experiência esperada”. Ofertas personalizadas, tempo de resposta curto e relevância são o novo mínimo.
Para o varejista, isso exige repensar a jornada: desde a atração, passando pela interação e até o pós-venda. E a IA oferece capacidade de capturar dados, antecipar necessidades e gerar comunicação relevante.
3. Exemplos reais de IA alterando a jornada de compra
- Em plataformas de e-commerce, o uso de IA para recomendação de produtos e personalização de ofertas cresce de forma expressiva — segundo análise da CTA (Consumer Technology Association), 80 % dos varejistas planejam ampliar o uso de IA em 2025.
Esses dados mostram que não basta adotar IA — é preciso integrar IA à comunicação, ao conteúdo e à conexão com o cliente, de modo consistente e estratégico.
4. O que isso significa para o varejista brasileiro
No Brasil, onde o comércio digital cresce com rapidez, a adoção de ferramentas inteligentes não é mais diferencial — tende a se tornar exigência.
A partir dessa premissa, algumas ações práticas são urgentes:
- Produzir conteúdo com relevância e contexto: textos, imagens e comunicações que falem a língua dos clientes — não apenas em termos de português, mas de estilo, cultura e ritmo. A IA pode ser instrumental para gerar variações de conteúdo adaptadas a públicos diferentes.
- Ativar canais conversacionais: chats, assistentes virtuais, recomendações automáticas. O consumidor espera respostas rápidas, informações acessíveis e interação personalizada — e a IA pode entregar isso em escala.
- Mensurar e ajustar: usar dados — preferências, comportamento, histórico de compras — para refinar a experiência em tempo real. IA não é só automatização, é inteligência adaptativa.
5. Caminho para adoção estratégica de IA no varejo
Para um varejista que deseja surfar essa onda, a adoção de IA deve seguir uma estrutura simplificada:
- Escolher uma função-chave (conteúdo, imagem, chat)
- Definir objetivos claros: reduzir abandono, aumentar conversão, melhorar fidelização
- Selecionar a tecnologia/processo: IA de geração de conteúdo, chat automatizado, recomendação
- Criar piloto rápido: testar com um (ou poucos) produtos/segmentos
- Medir e escalar: aprender com os dados, refinar a experiência e expandir para outras categorias
A implementação bem-sucedida depende de reconhecer que IA não substitui marca, comunicação ou atendimento — ela amplifica.
O que o consumidor moderno busca é autenticidade, relevância e velocidade. A IA pode entregar isso.
Conclusão
A inteligência artificial não é mais um tema de futuro — ela já está moldando o comportamento de compra no varejo de forma profunda.
Clientes estão mais exigentes, querem conversas e experiências que refletem seu estilo de vida, seus desejos e seu tempo. Para o varejista que quiser acompanhar, o momento é agora.
Uma comunicação que fale a língua do cliente, uma geração de conteúdo ágil e coerente, e canais que respondam em tempo real — tudo isso será fator de diferenciação no próximo ciclo de crescimento. E a IA pode ser a chave que conecta esses pontos.